quinta-feira, 5 de novembro de 2009

death note 2

death note 2
hahahahha
n consegui copiar
entao eu divugo
hahahahah
eu sou do mal
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14 de Maio de 2023 – 08:00 – Tóquio, Japão
Centro de Reabilitação para Jovens

Já fazia algum tempo desde que Kaijyuu havia chegado ao Centro de Reabilitação para Jovens em Tóquio. Ele estava observando Yagami Sayu dormindo. E por alguma razão, ele ria. Seus lábios profanavam a paz do sono da garota com risadas que, por sorte, ela não podia ouvir. O rapaz passara sua mão pela cabeça da garota, mas o sono da menina não havia sido desperto pelo shinigami.

Fazia algum tempo desde que o monstro queria conhecer a irmã mais nova de Kaito. Era raro ter uma oportunidade como aquela. Quando era vivo, o shinigami nunca encontrara aquela agora, mas agora que estava morto, teve a chance de conhecê-la, vê-la dormir e o azar de ser enviado para matá-la.

De certo modo, o monstro tinha alguma afeição pela jovem. Mesmo nunca a tendo visto, nunca a tendo conhecido, e este, mesmo sendo o primeiro encontro entre os dois, realmente significava alguma coisa para aquele que todos chamavam de monstro.

“É realmente uma pena ter que acabar assim mesmo antes de ter começado.” – Kaijyuu disse para si mesmo. Afinal, ele era o único que conseguia ouvir o som da própria voz naquele recinto. Mas por um instante, a garota se moveu na cama. A mão do shinigami começou a ficar quente, e era evidente que a menina estava ficando com febre.

“Matá-la em uma situação dessas...” – O shinigami disse. – “Não sei se posso. Mesmo sendo chamado de monstro, ainda tenho os meus limites, e tenho que obedecer regras, por mais que eu odeie.”

Kaijyuu tinha seus motivos particulares para não querer matar Yagami Sayu. Um deles era o fato de que ela era a única restante da desafortunada família. E o outro fato, era que ela era Yagami Sayu. E isso já bastava para que a decisão do monstro fosse feita por ele próprio. No entanto, ele estava seguindo ordens, e por mais que odiasse, teria que cumpri-las. Afinal, de um modo ou de outro, o shinigami tinha interesse nos planos que Kaito havia preparado tão cuidadosamente durante os seus dez anos de estadia no outro mundo.

A enfermeira estava fazendo sua rotina de sempre. Entrou no quarto da garota e a observou dormindo. Aproximou-se da mesma e colocou a mão em seu rosto.

“Está com febre.” – A enfermeira resmungou. – “De novo.”

O shinigami permaneceu parado ao lado da cama da garota, observando-a. Por alguma razão, ele percebeu que algo estava errado. Só quando ele olhou para o nome da menina acima de sua cabeça foi que ele percebeu. O tempo de vida da garota era curto. Curto demais. Não duraria nem uma semana. Nem metade de uma semana. Estava à beira da morte.

“Isso é sorte ou azar?” – O shinigami perguntou em voz alta retoricamente.

A sorte era que ele não precisaria realizar o trabalho sujo que fora designado a fazer. O azar era que Yagami Sayu, e a mesma Yagami Sayu que ele queria que vivesse, viria a falecer.

“De todo o modo...” – O shinigami continuou pensando em voz alta, sozinho. – “Não há nada que eu possa fazer. As regras me impedem de matar alguém com um tempo de vida tão curto. Tudo o que posso fazer é esperar.”

A morte por encomenda que o monstro teria que fazer de nada adiantaria. Ele se dirigiu para perto da janela e se sentou ali, observando a menina. Doente. Cansada. Talvez até um pouco louca.

“O que será que ela sabe?” – Kaijyuu se perguntava enquanto apreciava a visão de duas enfermeiras entrando no quarto e começando os preparativos para cuidar da menina. Ela era frágil. – “Frágil demais para ser uma detetive.” – O monstro pensou. – “Ou talvez seja uma boa atriz.”

No entanto, ele sabia que não era assim. Ele podia ver os dados acima da cabeça da garota, podia ver que dentro de trinta e duas horas ela viria a falecer. Seria uma morte lenta, dolorosa. Mais de trinta horas de sofrimento antes de falecer. Se pudesse, o shinigami não se importaria de aliviar a dor dela, mas ele não podia fazer nada, exceto controlar as enfermeiras.

Um sorriso maroto surgiu no rosto do shinigami, e uma risada infernal saiu de seus lábios. Ele iria brincar com o pessoal daquele local, e aproveitaria o espetáculo. Ele era o roteirista, produtor e diretor. E todos os demais, apenas integrantes do cenário. O centro do palco pertencia a apenas uma pessoa: Yagami Sayu.

×××

Não demorou muito para que tudo já houvesse sido preparado pelo artista que em instantes contemplaria a obra de seu espetáculo. Tudo havia sido programado para funcionar, e nada poderia dar errado. Até que uma pessoa chegou.

O rapaz parecia preocupado. Os orbes negros demonstravam uma preocupação maior do que o comum. Suas vestes estavam sujas, desorganizadas. O cabelo permanecia desgrenhado. Era óbvio que ele havia saído correndo para vê-la. Talvez tivesse recebido algum telefonema avisando sobre o atual estado da garota.

“Sayu?” – Ele chamou por ela. A garota, por sua vez, permaneceu silenciosa. Ela continuava dormindo. No entanto, gotas de suor surgiam em sua face conforme a febre aumentava. Ela soltava alguns gemidos conforme os seus sonhos se transformavam em pesadelos. O sofrimento já havia começado. As trinta horas de sofrimento da garota começaram a partir daquele instante, e agora seria mais doloroso com o rapaz ali.

O shinigami na sala ficara silencioso, assim como o local estava quando ele se adentrara. Agora, ele era apenas um espectador. Aquela cena não fazia parte de seu espetáculo, não estava no roteiro, mas com certeza seria boa.

“Sayu?” – O rapaz a chamou uma outra vez, colocando a mão em sua face. – “Está muito quente.”

O rapaz se apressou em chamar por uma enfermeira para ver a situação da garota, mas não havia ninguém no corredor. Isto havia sido planejado.

Não demorou muito para que o jovem retornasse para perto da cama, ao lado de sua amada. Afinal, ele e a garota já tinham tido um caso durante alguns anos. Matsuda realmente se preocupava com a menina, até porque, ainda a amava.

“Sayu?” – Pela terceira vez ele tentou chamar pelo nome dela. Desta vez, ela acordou.

O espetáculo se tornava interessante. A primeira cena poderia acabar em um romance ou em uma tragédia. Certamente que a primeira opção foi a que se procedeu, mas nada impedia que a segunda se concretizasse durante as próximas horas.

“Mat... suda?” – Ela não conseguiu manter a voz firme, estava fraca, frágil.

“Calma, eu estou aqui.” – Não era a melhor frase para tentar consolar alguém, afinal, era ninguém menos que o policial mais atrapalhado de toda a Polícia Japonesa.

“O que está havendo?” – De fato a menina já tinha recuperado a consciência, e começava a sentir as dores por seu corpo. Não era apenas uma febre que a incomodava.

“O pessoal me ligou, disse que você estava passando mal outra vez, e eu vim...” – Ele não teve chance de terminar de falar. O romance estava se tornando em algo preocupante, mas interessante. Pelo menos para o espectador da cena.

“Minha cabeça dói.” – Sayu resmungou levando uma das mãos à cabeça.

“Quer que eu chame a enfermeira?”

Não restava dúvidas de que Matsuda era um completo idiota. As enfermeiras estavam longe. Demasiadamente longe para que ele pudesse chamá-las. Elas precisavam de algo para realizar os últimos atos do espetáculo.

“Não precisa. É só mais um daqueles dias.” – A menina respondeu em um murmúrio.

“Sua temperatura está muito alta.” – O rapaz disse conferindo o termômetro que uma das enfermeiras havia posto debaixo da axila da garota antes que ele chegasse.

“Sempre é assim.” – A menina forçou um sorriso e levou a mão que antes pousava em sua cabeça até o rosto do rapaz. – “Obrigada por se preocupar.”

Matsuda corou e gaguejou. Por fim, desistiu de falar qualquer coisa. Apenas se aconchegou na mão que a menina lhe estendera. Era mais um casal que seria separado pela morte. Ao ver a cena e pensar nessas coisas, tudo que Kaijyuu fazia era rir, enquanto a maioria dos seres humanos estaria chorando de algo assim, ele se desabava de rir, murmurando palavras sem sentido que davam sentido, de algum modo, à graça que ele via naquilo tudo.

Eram ainda as primeiras horas de sofrimento da garota. Quem dera fosse algo apenas físico, mas agora era psicológico também. Lembranças dos momentos que passou com o policial japonês retornaram a sua mente naquele instante. Ao cair da primeira lágrima, o shinigami se recompôs e voltou a ser apenas mais um espectador.

“Você não deveria ter vindo.” – A garota disse, afastando a mão do rosto do rapaz. Este, por sua vez, ficou confuso. O que ela havia acabado de dizer? E o que significavam as últimas palavras da menina?

“Por que diz isso?” – Ele tentou se aproximar dela, mas ela recuou no espaço que era lhe permitido, na cama. O rapaz então se afastou novamente.

“Você não deveria mais me ver.” – Ela disse em um murmúrio.

Matsuda não disse nada, apenas viu as lágrimas caírem do rosto da menina. Lentamente, ele começou a se aproximar. A jovem Yagami pareceu não ter percebido, mas quando se deu por si, seus lábios estavam colados aos lábios dele. E mais lembranças vieram à tona naquele instante. Mas de um modo diferente.

Era bom estar com ele. Ela gostava de passar os dias com ele. Fazer piqueniques com ele. Viver perto dele.

Por fim, ela acabou por corresponder o beijo. E as duas enfermeiras que antes haviam saído para buscar o que Kaijyuu lhes mandara haviam retornado. Estava na hora de deixar o romance de lado e começar a tragédia e o drama.

E tudo que o shinigami fez foi rir.


por enquanto um

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